Gratidão, São Francisco de Assis
Desde que cheguei em casa, na última segunda-feira, após uma viagem ao Rio Grande do Sul, não paramos de “correr” com o nosso filhote mais velho de quatro patas, o Goonie. Ele estava literalmente travado, quando o levamos a uma clínica veterinária.
Lidar com a dor de um cãozinho não é tarefa fácil, pois não temos a compreensão do que está se passando, e para descobrir é preciso seguir etapas eliminatórias no processo de tratamento. Desconfiávamos de uma intoxicação alimentar, pois ele adora lamber tudo o que vê pela frente… Passou a noite de segunda para terça no hospital, onde foi cuidado e medicado para esse tipo de sintoma. No dia seguinte, terça-feira, quando fomos buscá-lo, nos passaram um diagnóstico completamente diferente… Ele estaria com uma luxação no fêmur esquerdo e precisaríamos encaminhá-lo para uma cirurgia com ortopedista o quanto antes.
Em desespero, marcamos a cirurgia para o dia seguinte, quarta-feira, e para nossa surpresa, quando chegamos lá ele não poderia fazer essa cirurgia, pois estava apresentando um quadro muito mais grave, dessa vez, na coluna. Para nos darem um diagnóstico mais certeiro, teríamos que levá-lo à Taubaté ou São Paulo para fazer uma tomografia computadorizada.
Sem pensar e nem perder tempo, pegamos a estrada com ele, rumo a Taubaté, por ser a cidade mais próxima, e fomos atrás desse exame. Saímos de lá tarde da noite e ainda fomos atendidos em São José dos Campos por uma veterinária especialista em coluna, por volta da meia-noite. Em resumo, confirmou-se um quadro gravíssimo na coluna e a cirurgia, considerada de altíssimo risco, deveria ser no dia seguinte (quinta-feira). E assim foi.
Desde que cheguei e encontrei ele nesse estado, tive a oportunidade de me observar perante a possível perda da vida desse SER que tanto amo.
Primeiro, pude ter a certeza de que, mesmo sendo um animalzinho, eu estava disposto a me desprender de TUDO, caso fosse preciso, para salvá-lo.
Segundo, tive a sensação de impotência frente a tudo o que estava acontecendo. Minha alternativa, diante da impermanência, foi mergulhar na fé. A fé era tudo o que eu tinha naquele momento. Lembrei-me que em todos os lugares que passamos com ele, víamos a imagem de São Francisco de Assis, e portanto, foi para ELE que passei a vibrar, mantrar e cantar sua oração.
Na hora em que entregamos o Goonie nas mãos “mágicas” daquela veterinária, que seria o instrumento divino responsável por trazer nosso Goonie de volta, senti muita confiança e a segurança de que São Francisco faria o melhor. E o melhor foi trazê-lo de volta para nosso lar para que possamos seguir cuidando dele. Da mesma forma que esses bichinhos sempre cuidaram da gente.
Tenho certeza absoluta que todas as doenças que eles desenvolvem estão relacionadas às questões do nosso inconsciente, nós, seus pseudo-donos, que eles ajudam a limpar e a segurar a onda que conscientemente não conseguimos dar conta.
Deparei-me com a forte lição de que não controlamos nada, absolutamente nada. Pedi muito perdão pela nossa inconsciência e coloquei-me muito na vibração do Amor e da Gratidão.
Em virtude desse movimento, precisei cancelar uma viagem a Brasília, adiar compromissos profissionais, faltar a um casamento de uma grande amiga e até mesmo deixar de rever amigos queridos.
E por conta dessa viagem, que não se realizou, eu não havia confirmado minha participação no III Seminário de Alquimia. Ainda assim, sentia dentro do meu coração que de alguma forma eu estaria lá…
Para nossa grata surpresa, sábado pela manhã conseguimos levar o Goonie do hospital para casa, e, após isso, meditei muito se pegaria a estrada ou não rumo a Cotia/SP, onde estava sendo realizado o seminário. Quando decidi que iria, falei com o pessoal da organização para ver se daria para chegar à tarde, pois havia começado pela manhã. E não houve qualquer objeção.
Enfim, tudo conspirou para eu estar presente nesse grande Encontro (Encontro com E maiúsculo mesmo) de alquimistas. Um Encontro que além da convivência com pessoas queridas, apresentou uma série de casos práticos, acompanhados por médicos, psicólogos e colegas alquimistas, leitura de tarô alquímico e suas revelações, visitas ao laboratório de alquimia, lançamento de novos produtos, em especial para quem tem dificuldade de dormir e para quem tem diabetes, e, claro que não poderia faltar, a fala cada vez mais inspiradora de Joel Aleixo.
E é sobre isso que eu gostaria de falar, embora tenha certeza que não existirão palavras para descrever o que aconteceu no encerramento desse Encontro.
Joel fez duas grandes falas: uma no final do sábado, em que, com toda sua sensibilidade, tocou a alma e o coração de todos os alquimistas presentes, falando sobre o vórtex alquímico (grosseiramente, é um tratamento de 4 fases/meses com o objetivo de integrarmos o cérebro primitivo ao cérebro cognitivo – o primeiro infinitamente mais inteligente que o segundo, que é o que temos acesso). Saí de lá em êxtase e inclusive comentamos, entre alguns alquimistas, que aquela teria sido uma das melhores falas do Joel. E no final do domingo, acreditem, ele conseguiu se superar.
Para quem não o conhece, Joel sempre foi inspirado por grandes alquimistas que já desencarnaram e outros mentores espirituais. Quase sempre, em nossos encontros mais profundos, temos a honra de recebermos bênçãos e mensagens espirituais de mentores e alquimistas que já não fazem mais parte desse plano em que nos encontramos por meio do Joel. Ontem não foi diferente, ou melhor, foi completamente diferente.
Todos comentávamos ao longo do dia que a egrégora (força espiritual coletiva) dos alquimistas estava muito forte. Percebemos que o Joel estava muito diferente, aparentemente mais sensível e mais iluminado do que o normal. Quando ele subiu ao palco, de imediato essa sensibilidade se transformou em emoção. Uma emoção que tomou conta daquele momentum, naquele ambiente.
Nossas almas tiveram a honra de terem sido tocadas e abençoadas por São Francisco de Assis. É bastante difícil a tarefa de tentar descrever em palavras o que se passou a partir daqui… Só quem estava lá para SENTIR o que aconteceu. Mas algo me contagia e me impulsiona a compartilhar esta experiência.
Sinto-me abençoado. Um sentimento de gratidão que não cabe em mim por fazer parte dessa força. Sinto-me abençoado por toda força espiritual dos alquimistas, por toda força da árvore da vida e, principalmente, por toda a sincronicidade ao longo da semana, que culminou nesse grande ENCONTRO com São Francisco de Assis.
Gratidão, Francisco, por permitir que o nosso Goonie siga conosco por mais um tempo, mas principalmente por suas palavras, que abençoaram nossas almas. Almas que formam essa egrégora que tanto honramos.
Que tenhamos em nossas mentes e corações a responsabilidade de promover, hoje, mudanças para proporcionar e garantir um futuro melhor aos que chegam até nós. Que possamos desenvolver a gentileza para com o outro. Que possamos pensar na injustiça social como um problema universal a ser combatido. Que possamos ser ecológicos nas pequenas e grandes atitudes. Que possamos assumir um consumo responsável. Por fim, que possamos viver, verdadeiramente, Jesus, em toda sua simplicidade, e incluir Deus, esse grande mistério que nos conduz, em nossos projetos.